quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A corrida do coração :)



Finalmente tive algum tempo (e inspiração) para responder ao desafio proposto pelo micróbio, ao passar-me este selo. Esta é a primeira vez que recebo um e confesso que gostei. Gostei porque achei piada à pergunta que este me questiona: "O que é que me faz correr cinquenta mil quilómetros?"

Na minha opinião esta pergunta é bastante curiosa porque se pensarmos verdadeiramente sobre ela, a resposta que dela pode advir vem carregada de informação sobre nós próprios e, consequentemente, sobre a nossa vida. (Pelo menos comigo assim se passou...)
Por isso agradeço ao ser que me passou este selo(Obrigado micróbio), por me ter trazido um pouco de inspiração para escrever o seguinte:

Antigamente, quando tinha os meus 16 anos, lembro-me que aquilo que mais me fazia "correr", resumia-se a duas coisas: Liberdade e encontrar as respostas para todas as minhas dúvidas existenciais (típicas da adolescência).
Liberdade porque, sempre acreditei que através dela iria começar a encontrar-me a mim própria e, só aí é que poderia iniciar o meu percurso de crescimento e evolução, para poder desenvolver-me até ao ponto que achava que estava a precisar.
E encontrar respostas, para as minhas dúvidas da altura, porque sentia que perguntas como quem sou eu? não deviam ser ignoradas. Achava que, se me questionava diversas vezes sobre esse tipo de coisas, é porque alguma lição iria aprender ao reflectir sobre elas. Devem imaginar como foi difícil "correr" por isso, senti que entrei por um caminho bastante complexo mas que no fundo me felicitou e continua a felicitar, com aprendizagens que me preenchem cada vez mais.

Actualmente, com 21 anos, alcancei um nível elevado de liberdade e continuo a encontrar respostas para novas perguntas\dúvidas que me vão surgindo. Só que acontece que, nestes últimos 2 anos decidi que estava na altura de desafiar-me a mim própria e tornar a corrida mais interessante, adicionando-lhe mais "propósitos".
Decidi que devia esforçar-me para aprender a criar a minha realidade de forma consciente, aí asseguro-vos que pensei que precisava de ajuda de um especialista. :) Estava a aceder a informação que não compreendia muito bem e que mudava completamente a minha visão de ver as coisas. No entanto essa informação, de alguma maneira estava-me a fazer evoluir características, que todos possuem, mas que à partida o ambiente em que vivemos tenta controlar. E disse isto tudo porque foi graças a todo esse percurso que fiz, que encontrei e adicionei um motivo puro e digno de uma verdadeira correria, (:D) na qual considero que toda a gente deveria participar. Esse motivo é alcançarmos um mundo de igualdade, cooperação, respeito e harmonia. Um mundo em que os recursos extraídos da terra estão ao alcance de todos e, basicamente a qualidade de vida é elevada, independentemente daquilo que a pessoa é ou faz. Quem não deseja um mundo destes?Quem é que não sonha com isso? O conformismo que absorve as pessoas é que as impede de por as mãos à obra, a nível colectivo, para alcançar essa realidade. Acho que nos devemos dedicar a isso como se não houvesse amanhã, porque de uma certa forma é isso que nos faz sentir mais vivos. A emoção de estarmos a contribuir para algo assim tão grandioso compensa qualquer tempo que dispensamos, ao fazê-lo. Se o fizermos em conjunto, tudo começará a passar-se de maneira diferente e os valores base da sociedade irão alterar-se, pois a forma com que o olhamos para o mundo exterior moldasse a uma verdade mais lógica, mais clara, que nos eleva, mais ainda, o sentimento de pertencermos a este universo tão vasto , o que por sua vez aumenta o nosso sentido de conexão com tudo.
É isso que me faz correr todos os dias, porque na minha opinião sincera, não considero que isso seja uma utopia, uma idealização impossível de perfeição... Bem pelo contrário, acho que se efectuarmos uma mudança nos vários sistemas, que existem na actualidade, daremos início a um belo processo de desprogramação mental colectiva. Para isso, temos que começar por exemplo com a transição do nosso sistema educativo, para um que valorize o pensamento crítico e os verdadeiros potenciais que cada pessoa tem, mas em áreas diferentes. As pessoas precisam de começar a pensar por elas próprias e deixar de assumir identidades que não são criadas pela sua essência (O eu sou), como deveria acontecer, mas sim pelo estado de hipnose e efeito "follow the sheep", em que vivemos.
Quando mudarmos neste ponto, como está a acontecer, as portas da prisão em que nos encontramos (embora de formas diferente), abrirão uma a uma, e finalmente alcançaremos a liberdade, que tanto eu corro para tornar real.
Não é um sonho, mas sim uma possível verdade numa ideologia.
Bem e com isto, acabei por tornar a minha resposta maior do que devia... desculpa micróbio, sei que não gostas de textos longos (e suponho muito menos de respostas).

Desculpem por estar a quebrar as regras mas prefiro passar este selo a todos aqueles que por cá passarem e sentirem-se inspirados por esta pergunta (selo), tal como aconteceu comigo.

Abraço seres de luz
Namastê