quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Criadores

















Hoje estou a escrever por um motivo muito especial... É o aniversário da minha mãe e não vejo a hora de lhe puder dar um grande beijo e abraço.
Uma coisa que eu sempre gostei muito em minha casa e na minha família (aqueles que são mais chegados claro) é que sempre demos muita importância ao aniversário uns dos outros. Apesar de considerarmos um dia como os outros e o vivermos como tal reservamos sempre aquele momento para convivermos, festejarmos entre todos e claro mimar o aniversariante... e neste caso a minha mãe bem que o merece.
Desde há algum tempo que tenho sentido vontade de escrever sobre a relação que une os pais a um filho e vice-versa, mas estava à espera do momento certo e senti que o momento certo é este dia.
Como já tinha referido num dos meus textos eu já não vivo com os meus pais há algum tempo... sempre fui muito rebelde e com muita sede de liberdade, não fico admirada comigo própria porque sempre me senti muito dona do meu nariz. Por um lado foi isso que gerou um pouco de conflito em casa, a minha forma de ver a vida era um pouco incompatível com a deles e isso tornava a nossa convivência um pouco difícil mas, nada de muito grave, aliás a convivência nem era muita.
Os meus pais estavam-se a tornar muito conservadores mas na realidade eu é que também quis crescer muito rápido e admito-o.
Agora percebo que os meus pais só me queriam proteger exactamente disso... e aí gerou-se um problema. Aquilo de que eles tanto me protegiam era aquilo que eu mais ansiava, então comecei a sentir-me muito revoltada, para mim não havia mal nenhum viver a liberdade à minha maneira.

A vida é tão perfeita mesmo naquela altura era perfeita... sempre foi, mesmo quando me sentia revoltada, angustiada... tudo isso fazia parte de um desencadeamento natural de acontecimentos e sentimentos para que eu pudesse evoluir como ser humano.
Não era liberdade que queria, era evolução! E posso dizer que apesar de tudo ter mudado na realidade nada mudou porque a fase da vida onde nos encontramos está sempre em comunhão com a evolução daquilo que SE É.
Tudo é uma lição e a maior que aprendi até agora foi mesmo no momento em que deixei de ter os meus pais ao meu lado constantemente.
Sair de casa fez-me perceber que eu sempre os amei de mais... Fez-me perceber que afinal sou mais parecida com eles do que achava na altura.
Tive que sair de casa para perceber que as pessoas que eu considerava com ideologias completamente diferentes das minhas são na verdade muito parecidas comigo e dei repente dei por mim a pensar que por mais conturbada que seja uma relação entre pais e filhos existe sempre um Amor muito forte a unir essa mesma relação... uma união de luz...

Hoje é o dia em que chego a minha casa e a relação que antigamente era conflituosa agora é uma relação com muita harmonia, com muito amor e afecto mas principalmente com muita amizade.
Os meus pais são os seres que eu mais admiro em todo o planeta, tenho orgulho naquilo que são e se pudesse protegia-os para sempre mas como isso eu não consigo (nem é essa a minha missão) limito-me a amá-los com todo o meu coração, eles fazem parte daquilo que eu sou, estão ligados de alma e coração aquilo que eu sou.
Posso garantir que não tem sido fácil não viver com eles... as saudades fazem-se sentir em cada poro do meu ser e imagino que para eles não seja nada fácil mas eles agora entendem me e confiam em mim... sabem que cresci e sentem se felizes por ser como sou.
Dou-lhes toda a minha gratidão e admiração.

Por ultimo gostaria de dizer que acho que toda a gente deveria aproveitar cada segundo com os seus criadores como se fosse ultimo... sei que as relações com os nossos pais quando nos encontramos na adolescência não é muito fácil mas acreditem que tudo isso é passageiro como tudo na vida e nunca nos devemos esquecer que os nossos pais estarão sempre que puderem presentes para nos ajudarem a evoluir, para nos amarem incondicionalmente, para nos darem apoio, para nos chamarem atenção quando estamos errados mas principalmente para nos ajudarem a ter uma caminhada,neste mundo de injustiças, mais feliz e tranquila.
A eles devemos todos os sentimentos mais puros e sinceros que podem existir...
Por isso acabo este texto com um simples mas sincero obrigado aos meus pais... por me terem criado e continuarem do meu lado sempre em direcção à luz...

Porque não à coisa mais bonita do que ver um sorriso estampado no rosto e um brilho no olhar depois de um lhes darmos um beijo cheio de carinho...

Muito amor...
Namaste.